Novo governador do Rio Grande do Sul deve ser conhecido no 2º turno

Novo governador do Rio Grande do Sul deve ser conhecido no 2º turno

Eleitores deverão escolher entre dez candidatos, mas pesquisas mais recentes indicam que apenas no dia 30 de outubro se saberá quem ocupará o Piratini nos próximo anos

Correio do Povo*

No RS, 8.593.469 eleitores estão aptos para votar

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No Rio Grande do Sul, os 8.593.469 eleitores aptos a votar neste domingo deverão escolher entre dez candidatos que concorrem na eleição para o governo do Estado. São eles: Roberto Argenta (PSC), Carlos Messala (PCB), Edegar Pretto (PT), Eduardo Leite (PSDB), Luis Carlos Heinze (PP), Onyx Lorenzoni (PL), Rejane de Oliveira (PSTU), Ricardo Jobim (Novo), Vicente Bogo (PSB) e Vieira da Cunha (PDT). Mantido o cenário desta reta final de campanha, a corrida no RS vai para segundo turno, com os dois mais votados disputando a rodada final em 30 de outubro. 

Apesar da promessa de não concorrer à reeleição, a candidatura de Leite vingou após os planos frustrados do tucano de angariar, ainda que perdendo as prévias do PSDB, uma candidatura nacional. Respaldou-se, então, na justificativa de um “projeto de continuidade” e conquistou, após uma série de imbróglios, o apoio do MDB – que indicou o vice da chapa, Gabriel Souza. Federados com o Cidadania, a coligação dos tucanos conta ainda com o apoio do União Brasil, Podemos e PSD, que apresentou Ana Amélia na disputa ao Senado. Na campanha, apresentou-se como uma “alternativa” no Estado ante a polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT). 

Se Leite pouco se relaciona com a disputa nacional, o contrário ocorre com Onyx Lorenzoni. O candidato deixou o Ministério do Trabalho e Previdência em março, mesmo mês em que se filiou ao PL, partido do presidente, a fim de concorrer e se manter atrelado à figura de Bolsonaro. Os esforços garantiram, ainda no início da pré-campanha, o apoio do Republicanos, que tem como candidato ao Senado o vice-presidente da República Hamilton Mourão. Pros e Patriota também compõem a coligação. Sem outras alianças, o PL indicou uma vice da sigla, Claudia Jardim. Apesar da polarização nacional, é Leite, e não o candidato do PT, Edegar Pretto, o principal adversário de Onyx, que mira no tucano suas principais críticas. Aposta na mensagem de que, em uma possível vitória, fará da gestão estadual o mesmo que foi feito pelo presidente em âmbito nacional. 

Já Edegar tem apoio declarado de Lula e se apresenta como único nome da esquerda do RS, mas segue em terceiro nas recentes pesquisas. O petista conquistou o apoio do PSol – partido que já havia apresentado chapa completa e resistia às investidas petistas – após o anúncio de que o ex-governador Olívio Dutra (PT) concorreria ao Senado. Com isso, Pedro Ruas renunciou e ingressou como vice. Em debates, Edegar procurou ser combativo tanto em relação a Leite, a quem seu partido fez oposição, quanto a Onyx. 

Candidaturas paralelas não engajam, mas resistem

O tempo não ajudou o senador Luis Carlos Heinze (PP) a emplacar sua candidatura. Primeiro nome a anunciar que disputaria o Piratini, ainda em 2021, o candidato pouco pontua nas pesquisas, mesmo após ampla campanha no Interior. Alinhado com Bolsonaro, não conquistou o apoio declarado do presidente, que preferiu não se manifestar quanto à disputa no RS. A coligação conta com o PRTB e PTB, que indicou a vice, Tanise Sabino. 

Já o candidato do PDT, Vieira da Cunha, entrou na campanha como “segunda opção”, em meados de maio. O plano inicial do partido era indicar o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, que negou o convite e permaneceu no comando do time. Com isso, o procurador de Justiça – que, apesar do longo currículo, estava afastado de cargos eletivos há alguns anos – aceitou concorrer. Assim como nacionalmente, os pedetistas não conseguiram atrair muitas alianças e a chapa de Vieira é pura, com a vereadora professora Regina de vice. Faltando menos de dez dias para o pleito, o Avante, único partido coligado com o PDT, retirou seu apoio ao candidato

Apesar de integrarem legendas conhecidas e possuírem representação no Congresso, algumas candidaturas não emplacaram. Foi o caso de Vicente Bogo (PSB), que entrou posteriormente no pleito, após a desistência de Beto Albuquerque, que teve sua candidatura minguada após decisões da cúpula nacional envolvendo a ausência de recursos. O partido resistiu e seguiu não replicando a chapa nacional PT/PSB, indicando Bogo em chapa pura com Josiane Paz.

O mesmo ocorreu com Ricardo Jobim, do Novo, e Roberto Argenta, do PSC. Ambos possuem representação mínima. Já Carlos Messalla (PCB) e Rejane de Oliveira (PSTU) partem de partidos nanicos que só conseguiram, por inúmeros fatores, engajar apenas a sua militância. 

*Colaborou Flávia Simões


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895